Multidão vai às ruas na Síria para comemorar a queda do governo de Bashar al-Assad

Multidão vai às ruas na Síria para comemorar a queda do governo de Bashar al-Assad

Neste domingo, muitas pessoas na Síria foram às ruas para comemorar a saída do presidente Bashar al-Assad, depois que grupos rebeldes liderados por islamistas o derrotaram rapidamente. Isso acabou com mais de 50 anos de domínio da família Assad, que começou com seu pai, Hafez al-Assad, em 1971. O governo russo, principal aliado do governo deposto, confirmou a renúncia do líder e seu exílio, dando-lhe asilo. A residência luxuosa do presidente em Damasco foi saqueada pelos rebeldes, que invadiram a capital síria.
“Não tenho mais medo hoje”, disse Abu Omar, sírio de 44 anos, lembrando a repressão sob o regime. No local, combatentes celebraram derrubando estátuas de Hafez al-Assad e disparando tiros de felicidade. A ofensiva rebelde, que começou em 27 de novembro em Idlib, causou a morte de pelo menos 910 pessoas, incluindo 138 civis, e fez 370 mil pessoas se deslocarem, segundo a ONU. Desde 2011, a guerra civil na Síria resultou em quase meio milhão de mortos.
Abu Mohammed al Jolani, líder islamista da coalizão rebelde, chegou a Damasco e, em um discurso na Mesquita dos Omíadas, afirmou que a Síria foi “purificada” e que uma nova era está começando. Ele disse que libertaram todos os prisioneiros e acabaram com a “era sombria” do partido Baath.
A comunidade internacional reagiu de maneiras diferentes. O secretário-geral da ONU, António Guterres, comemorou o fim do “regime ditatorial”, enquanto o presidente dos EUA, Joe Biden, chamou a queda de Assad de uma “oportunidade histórica” e disse que ele deveria ser responsabilizado. A Rússia garantiu a segurança de suas bases militares na Síria e pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.
O Catar e a Arábia Saudita alertaram sobre o risco de caos na Síria, e a Turquia pediu uma transição pacífica. Israel considerou a queda de al Assad um “dia histórico” e ordenou que seu exército ocupasse uma área desmilitarizada nas Colinas de Golã, dizendo que não permitiria a presença de forças inimigas na fronteira. A queda de al Assad abre um período de incerteza para a Síria, que continua dividida pela guerra civil e envolvendo várias potências internacionais.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *