Oposição insiste em discussão do PL da anistia após atentado no STF
Depois do atentado em Brasília, a oposição ainda debate sobre a Anistia para os envolvidos nos eventos de janeiro. O deputado Rodrigo Valadares, responsável pelo Projeto de Lei da Anistia, acredita que a proposta deve seguir em frente, mesmo com a reação do Congresso e do STF. Ele argumenta que não há ligação entre o atentado recente e os atos de vandalismo de janeiro. Em uma entrevista, Valadares critica a associação entre os eventos e espera que o pedido de anistia seja aprovado, destacando a importância da justiça para aqueles que participaram das manifestações.
A oposição queria votar a proposta ainda este ano, mas o presidente da Câmara, Arthur Lira, decidiu criar uma comissão especial para analisar o projeto, interrompendo o processo. Valadares planeja tentar avançar com o texto, apesar do prazo apertado. Ele espera que a comissão seja formada em breve para acelerar os trabalhos e permitir a votação em dezembro. O professor Gustavo Sampaio destaca que, mesmo que o Congresso aprove o projeto, ele ainda precisará passar pelo crivo do STF para avaliar sua constitucionalidade.
Após o ataque ao STF, muitos parlamentares consideram o Projeto de Lei da Anistia inviável, com pedidos de arquivamento já protocolados. Os críticos acreditam que manter a proposta poderia significar perdoar ataques à democracia sem consequências. O STF também compartilha desse pensamento, considerando o atentado como resultado de discursos de ódio contra as instituições democráticas. Por isso, o Supremo decidiu incluir a investigação do caso no inquérito dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro.
Diante desse cenário, a doutora em ciência política Deysi Cioccari acredita que o avanço do PL de anistia se torna improvável. Ela ressalta que, após o atentado de 13 de novembro, muitos parlamentares já pediram o arquivamento da proposta, e os ministros do STF entenderam que permitir a sua continuidade poderia ser um estímulo para novas manifestações.