Quando a agressão física substitui a força dos argumentos na política

Quando a agressão física substitui a força dos argumentos na política

Seria ideal em qualquer debate político que os candidatos se limitassem a discutir ideias, mantendo-se dentro dos limites do conteúdo e da mensagem elevada. Atacar o adversário para desestabilizá-lo e desqualificá-lo pode fazer parte do jogo, mas há limites que precisam ser respeitados. Ao final do embate, cada um deve recolher seus cacos e, independente de vencer ou perder, a briga precisa terminar ali.

Infelizmente, esse comportamento republicano parece existir apenas em cenários utópicos. Como disse Bernard Shaw, “quando não tenho razão, eu grito”, insinuando que o grito pode ultrapassar as fronteiras das palavras. Muitas pessoas estão surpresas, perplexas e até assustadas com os entreveros nos debates políticos, que agora incluem agressões físicas, algo que não era comum nas décadas recentes.

Apesar disso, é importante lembrar que a política brasileira já teve momentos mais violentos, como duelos com armas de fogo e até mortes no Parlamento. Isso faz com que os recentes episódios de violência nos debates pareçam ressuscitar um passado sombrio. É crucial evitar que atitudes animalescas voltem a dominar o cenário político, e que se justifique a violência em resposta a ofensas verbais.

Como treinador de políticos para discursos públicos há cinco décadas, sei que a argumentação política exige disciplina, dedicação e persistência. É fundamental manter a calma e o equilíbrio mesmo diante de adversidades. Ser combativo é importante, mas sem deixar que os instintos mais primitivos tomem conta, como destacou Roberto Jefferson. É essencial que os debates políticos sejam realizados de forma civilizada e respeitosa.

Em resumo, a violência e a agressão verbal não têm espaço na política democrática. Os políticos precisam aprender a debater de forma assertiva e respeitosa, sem recorrer à violência física ou verbal. É essencial manter a serenidade e o equilíbrio, mesmo diante de provocações e desavenças. A civilidade e a argumentação baseada em ideias são fundamentais para a construção de uma democracia saudável e respeitosa.

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